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http://farm1.static.flickr.com/149/422245700_60d170daa9_m.jpg[/img]O número de adolescentes grávidas, com idades inferiores a 16 anos, está a aumentar, segundo um estudo estatístico elaborado pela médica obstetra Helena Pereira, com base na afluência deste universo populacional
Curiosamente, os serviços ligados à obstetrícia/ginecologia têm vindo progressivamente a constatar que o número de gravidezes em adolescentes mais jovens tende a aumentar, verificando-se, contudo, uma descida no grupo daquelas que caminham para a recta final da adolescência (entre os 16 e os 19 anos).
As estatísticas facultadas avaliam um espaço temporal desde 1986 a 2002. No entanto, Helena Pereira dispõe também dos dados do ano transacto, embora não estivessem disponíveis de momento, onde denota a mesma tendência de crescimento da gravidez na tenra idade da adolescência.
Apesar de se estar a falar «de um grupo pequeno» de adolescentes a engravidar em idade precoce, Helena Pereira alerta para o facto de o mesmo reflectir «uma grande desgraça social». Por outro lado, é de considerar ainda o facto de as adolescentes mais jovens reincidirem, por vezes, na gravidez, à revelia de qualquer planeamento e da orientação dos técnicos.
As adolescentes «que abandonam a escola muito cedo são as mais atingidas», elucida esta médica. O decréscimo verificado nas adolescentes entre os 16 e 19 anos «é bom sinal e significa que têm uma outra formação e projecto de vida, pelo que já não se deixam engravidar de qualquer maneira».
Esta também chefe de serviços de carreira não quer minimizar o problema, mas também sublinha que o mesmo é sentido no espaço nacional e noutros lugares do mundo, com piores estatísticas, à excepção de países como a Holanda, Suécia e outros de referência.
Segundo os dados apurados, entre 1986 e 2002 (vide quadro), é possível verificar que o número de casos de adolescentes com idades inferiores ou igual a 16 anos, cresce progressivamente - ainda que com algumas oscilações pelo meio - de 30 casos para 49, tendo atingido mesmo um pico de 52 casos em 2001.
As estatísticas também revelam a descida gradual e de certa forma ligeira do número de partos de adolescentes na faixa etária dos 16 aos 19 anos. Em 1986, registaram-se 161 casos, a que se seguiu um ligeiro acréscimo, mas os anos seguintes foram acompanhados de um decréscimo que culminou, em 2002, com 130 casos. Ainda assim, também em 2001, foram registados 212 casos. Não obstante, no ano transacto, os indicadores também apontam para um decréscimo.
Este levantamento feito por Helena Pereira não está já concluído, porque pretende continuar a analisar a evolução deste panorama, a sua génese e o acompanhamento destes casos.
Numa tentativa de evitar que uma nova gravidez aconteça, Helena Pereira explica que, por vezes, se tenta convencer a adolescente a aceitar a colocação de um anticoncepcional aparelho especial com a designação de "implante", mas nem todas são receptivas ou então não levam a sério este processo.
A realidade aqui retratada não é alarmante na perspectiva de Helena Pereira,mas é motivo de preocupação não só da parte médica que acompanha estes casos, mas também da sociedade em geral, nomeadamente das famílias. A preparação, desde o seio familiar. para as questões de natureza sexual tem de ser cada vez mais cuidada e aberta. A outro nível, o papel da família deve ser complementado pelo da escola.
o que e que voces pensam da gravidez das jovens menores?