Num momento de felicidade quando tudo parecia estar bem
A areia do meu tempo escapa por minhas mãos e cai no chão sobre meus pés
Fogem todos… Quando olham para mim, duvidam
Abra sua porta, deixe a humildade entrar no teu círculo fechado
Luz que envolve a magia das galáxias perdidas num só ego
Rompeu comigo o Sol que alegrava os meus dias infames
Vejo um pedaço verdadeiro de ti ir-se embora sem mim
Sem poder fazer nada acabo sempre por ver o Sol nascer quadrado no mundo que eu mesmo inventei
Espero por aqueles que diziam me amar
Sentado sobre as pedras que atravessaram-se no meu caminho
O horizonte parece ser tão vasto e tão ameaçador
Quando se espera por alguém que sabes que já não vai voltar
Mas tento acreditar para me manter de pé, para que os dias não me atropelem
Já não me conheço, vivo como um estranho que finge ser alguém
Sou um transformista num fim de carreira
Pendurado num cabide dentro de um armário de uma senhora refinada
Quando voltares, por favor, não te esqueças de me acordar
Continuo a espera por aqueles que diziam me amar