O ex-polícia Ron Evans, que trabalhou como motorista da equipa da secção especial da polícia encarregada de proteger Rushdie, fez 11 falsas alegações contra o autor no livro "On Her Majesty`s Service" ("Ao serviço de Sua Majestade").
O livro deveria ter sido lançado em princípios de Agosto, mas a sua publicação foi atrasada depois de serem divulgados alguns capítulos no jornal "The Mail on Sunday" e de Rushdie se ter inteirado do seu conteúdo.
A editora, John Blake Publishing Ltd, destruiu os 4.000 exemplares impressos ao aperceber-se de que a obra continha várias falsidades.
Dizia-se por exemplo no livro que os guarda-costas destacados para a protecção de Rushdie, ameaçado de morte por um "fatwa" do ayatollah Khomeini pela escrita de "Os versículos satânicos", o fecharam uma vez num armário para poderem ir à rua beber uns copos.
Evans escreveu também que Elizabeth, a terceira mulher do escritor, se casara com este apenas por dinheiro.
O juiz do tribunal considerou culpados de falsidade Evans, o seu colaborador Douglas Thompson e a editora.
Salman Rushdie, que nada tinha reclamado pela difamação, declarou ao ouvir a sentença que este tinha sido "um assunto pouco apetitoso" e mostrou-se satisfeito com o veredicto.
"O meu único interesse era que a verdade resplandecesse", disse Rushdie, que deu por encerrado o assunto depois de os autores e a editora reconhecerem as falsidades e apresentarem desculpas.